Eu sou você. Você é eu.

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máscara de teatro grego

Hoje quero evocar todas as personas que me habitam para celebrar as suas existências, desde a mais iluminada até a mais sombria de todas, pois assim, ficarei mesclada a ti e a todos os seres que ainda pisam ou que já pisaram neste chão.

Quando repudio um mendigo, fecho os olhos para a minha solidão, para a minha auto-suficiência e nego a sujeira disfarçada por sabonetes cor de rosa. Quando detesto um ditador, não quero enxergar que eu mesma poderia me tornar uma, não necessariamente de uma nação, mas eu poderia ser o diabo para meus empregados ou para meus filhos, sem sentir remorso algum. Quando sigo os passos de um mestre, o faço porque sei que eu mesma poderia me tornar uma e que tenho igual capacidade para me iluminar e refletir luz em meus seguidores. E quase sem fim, a lista segue… líder, guerreiro, dona de casa, mãe, noiva, mocinha, curandeira…

Não, não sou esquizofrênica, mas sim, todas as personas do mundo vivem em mim, como vivem em você. Se nego alguma é muito provável que uma parte dela esteja latente em mim, querendo mostrar sua cara ao mundo, mas a minha moral berra NÃO! Não quero que te vejam! E, rapidamente, boto um pano escuro sobre sua cara feia, aumentando assim, o potencial dela arrombar a porta e de me envergonhar em praça pública.

Portanto, agora, neste post, celebro a minha ditadora, a minha satanás, a minha prostituta da mesma maneira como honro com a minha faceta mais angelical.